Desapego...



...não quero mais nada dessa coisa de sentir intensamente, desse negócio de ficar insone. Chega de romantismo em excesso, não sou mais adolescente...

Agora eu sou mais eu, sabia? Pixei com spray colorido meu muro de lamentações, desejo só alegria, espantei as dores. Dou até risada quando me lembro de como eu perdi o sono, a fome, a vontade de fazer algo. Acho-me patética ao pensar que há pouco tempo estava perdida, sempre procurando alguém num quarto que é só breu.

Ah, nunca mais gostar de repente, sem motivo aparente, com um turbilhão de bem querer. Finalmente, a paz!

Navegarei a partir de hoje por mares mais calmos, sem tempestades. Procuro tempo firme, morno, agradável. Nada dessa montanha-russa que sobe, fico feliz; desce, vem o medo. Não vou mais ver o mundo de cabeça para baixo, continuarei em pé nos próximos meses.

Afirmo e reafirmo: a partir de agora sou assim!

Falei tudo isso ainda ontem. Tive a certeza de que estava dizendo a verdade. Aí você surge hoje. Lindo como nunca. Encantador como sempre. E fez aparecer um sentir que contradiz todo o meu discurso…

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