Aquela velha música que te faz lembrar o primeiro beijo, um cheiro que lembre seu amor, uma estória entoada pela sua família durante o café da tarde, aquele cartão que você guardou, dentre tantas outras pequenas lembranças que acabam por nos fazer resgatar grandes acontecimentos do passado.
Mas porque será que temos necessidade de se apegar tanto assim a pequenos detalhes?! Eu, por exemplo, sou do tipo que guardo cartas, cartões, passagens de viagens feitas, bilhete de cinema, papel de bala, flor murcha e algumas outra ‘tralhinhas’ dentro de uma caixa. Esta, sempre que aberta, me transporta ao passado, e é como se em uma única hora eu pudesse reviver todos os momentos marcantes da minha vida... Quanta nostalgia!
Ler meus primeiros poemas sem rima, cartas de pessoas que já não fazem mais parte da minha vida, ver os pedaços de lembranças guardados... Tempos nos quais minha maior preocupação era chegar na cozinha e lamber a ‘raspa do bolo’ da vovó, de quando a maior competição era ver quem subia mais rápido numa árvore, em que meu mundo era feito de brinquedos e bonecas e a única responsabilidade: ser criança em tempo integral...
Hoje as preocupações, competições, responsabilidades são outras... É difícil saber lidar com as pessoas, fazer as escolhas certas o tempo todo, ter cabeça pra enfrentar qualquer tipo de situação e força pra levantar das grandes quedas que sofremos... É tão difícil abrir mão daquilo que queremos e começar do zero, dar o melhor quando já não se tem mais forças, começar de novo e de novo...
Mas essa é a vida, inúmeros capítulos a serem escritos e milhares de coisas para aprendermos... E tudo passa tão rápido!
